O ensino da bioética no direito: um pilar para a formação integral dos advogados

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar as percepções dos alunos e professores dos cursos de Direito da cidade de Cúcuta em relação ao ensino da bioética, identificando barreiras, lacunas e oportunidades para fortalecer a formação ética, reflexiva e crítica dos advogados, integrando competências bioéticas que respondam aos desafios éticos e jurídicos da sociedade contemporânea, no âmbito dos princípios do Estado Social de Direito. O estudo é qualitativo. Foram realizadas dezesseis entrevistas semiestruturadas, oito com estudantes de direito e oito com professores de direito em duas universidades do Norte de Santander, em Cúcuta, Colômbia. A análise qualitativa se concentra na identificação de temas emergentes, padrões comuns e divergências presentes nas percepções de alunos e professores sobre o treinamento em ética e bioética nos programas de Direito. Os resultados revelam que há um consenso sobre a presença insuficiente da bioética nos currículos de Direito, tanto da perspectiva dos alunos quanto dos professores, como pode ser visto nas declarações compartilhadas por professores e alunos. Por outro lado, tanto na Universidade Pública como na Universidade Privada a que pertencem os principais participantes das entrevistas, há uma desconexão prática entre a formação teórica e conceitual e as necessidades reais, tanto em relação aos problemas locais como no contexto global. Portanto, pode-se dizer que as disciplinas de ética desenvolvidas nos programas não abordam suficientemente os dilemas contemporâneos a partir de um enfoque prático, reflexivo, analítico e crítico, deixando os alunos com uma preparação limitada para enfrentar os problemas éticos e legais que podem estar presentes na prática profissional.